domingo, 31 de maio de 2015

Egrégora.

Mukuiú!! Estou um pouco sem tempo de postar por aqui, mas esse final de semana li um texto sobre egrégora em um site, que achei muito interessante em compartilhar. Não lembro se a Terezinha já tinha postado no FB esse texto, mas vale a releitura. Infelizmente não lembro o site onde achei as informações abaixo, pois gostaria de citar a fonte. Boa leitura!!!


Egrégora, ou egrégoro para outros, (do grego egrêgorein, Velar, vigiar), é como se denomina a entidade criada a partir do coletivo pertencente a uma assembleia, ou seja, é um campo de força criado no Plano Astral a partir da energia emitida por um grupo de pessoas através dos seus padrões mentais e emocionais.

História

Segundo as doutrinas que aceitam a existência de egrégoros, estão presentes em todas as coletividades, sejam nas mais simples associações, ou mesmo nas assembleias religiosas. É gerado pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas, quando se reúnem com qualquer finalidade.
Assim, todos os agrupamentos humanos possuem seus egrégoros característicos: as empresas, clubes, igrejas, famílias, partidos, nos quais as energias dos indivíduos se unem formando uma entidade autônoma e mais poderosa, o egrégoro, capaz de realizar no mundo visível as suas aspirações transmitidas ao mundo invisível pela coletividade geradora. Em miúdos, um egrégoro participa ativamente de qualquer meio, físico ou abstrato.
Quando a energia é deliberadamente gerada, ela forma um padrão, ou seja, tem a tendência de se manter como está e de influenciar o meio ao seu redor. No mais, os egrégoros são esferas ou concentrações de energia comum. Quando várias pessoas têm um mesmo objetivo comum, a energia se agrupa e se aglomera em um egrégoro. Trata-se de um conceito místico-filosófico com vínculos muito próximos à teoria das formas-pensamento, onde todo pensamento e energia gerada têm existência, podendo circular livremente pelo cosmo.
Pode-se exemplificar o egrégoro ao analisar um ambiente hospitalar. O principal objetivo dos circunstantes é promover a cura, independentemente do êxito. Portanto, um hospital carregaria consigo um egrégoro que busca a cura que se localizaria no chão, nas paredes, no nome, recebendo e influenciando o espírito dos frequentadores do hospital, dos funcionários, dos pacientes e visitantes. Muitas mentes voltadas para um único objetivo que gera a concentração de energia.

Da mesma maneira, uma missa, um encontro de algumas ou muitas pessoas voltadas para promover um mesmo fim, seja a cura de alguém, o fim de um problema ou a superação de uma perda tem um grande poder de formar egrégoros.
Um egrégoro se caracteriza, em última análise, pelo espírito formado pela congregação, maior do que a soma de seus membros e cujas existências são cruciais para a sua formação.
O ponto de vista defendido pela Teosofia encontra eco em diversas outras linhas de pensamento, especialmente religiosas. Segundo a teosofia, as incontáveis formas pensamento em que vivemos mergulhados nos afetam continuamente, e ter conhecimento delas pode nos permitir utilizá-las em nosso favor, ou ao menos evitar que sejamos influenciados negativamente. Funcionariamos, segundo essa visão, de forma semelhante a um aparelho de rádio, "sintonizando" através de nossos pensamentos e emoções as frequências das egrégoras ao nosso redor, e dessa forma potencializando seus efeitos, tanto em nossos corpos quanto na própria egrégora, o que tornaria sua existência mais longa.
Assim, todos os agrupamentos humanos possuem suas egrégoras característicos: as empresas, clubes, igrejas, famílias, partidos etc., onde as energias dos indivíduos se unem formando uma entidade (espírito) autônomo e mais poderoso (egrégora), capaz de realizar no mundo visível as suas aspirações transmitidas ao mundo invisível pela coletividade geradora. Em miúdos, uma egrégora participa ativamente de qualquer meio, físico ou abstrato.

Quando a energia é deliberadamente gerada, ela forma um padrão, ou seja, tem a tendência de se manter como está e de influenciar o meio ao seu redor. No mais, as egrégoras são esferas (concentrações) de energia comum. Quando várias pessoas tem um mesmo objetivo comum, sua energia se agrupa e se "arranja" numa egrégora. Esse é um conceito místico com vínculos muito próximos à teoria das formas-pensamento, onde todo pensamento e energia gerada têm existência, podendo circular livremente pelo cosmo.
EGRÉGORA

No Apocalipse, João faz os Anjos responsáveis pelas Nações intervirem, porque somos responsáveis pelos erros coletivos cometidos. Ninguém pode lavar as mãos, como fez Pilatos: guerras, fomes, massacres diminuem nossa liberdade, porque participamos da egrégora da terra; da mesma forma que os genes de nossa hereditariedade marcam a história de nosso corpo. Segundo a Bíblia, cidades inteiras foram punidas por causa de sua egrégora envenenada. Phaneg escreveu: "Todo coletivo constitui na verdade uma família no espiritual e tem seu chefe. É a este chefe que o Espírito fala..."

A egrégora se realimenta das mesmas emoções que a criaram. Como ser vivo, não quer morrer e cobra o alimento aos seus genitores, induzindo-os a produzir, repetidamente, as mesmas emoções. A egrégora criada com intenções saudáveis, tende a induzir seus membros a continuar sendo saudáveis. A egrégora de felicidade, procura "obrigar" seus amos a permanecer sendo felizes. Dessa forma, vale aqui a questão: quem domina a quem? Conhecendo as leis naturais, você canaliza forças tremendas, como o curso de um rio, e as utiliza em seu benefício.
É só associar-se a egrégoras positivas. Nesse caso, sua vida passaria a fluir como uma embarcação a favor da correnteza. Isso é fácil de se conseguir. Se a egrégora é produzida por grupos de pessoas, basta você se aproximar e freqüentar as pessoas certas: gente feliz, descomplicada, saudável, de bom caráter, boa índole. Mas também com fibra, dinamismo e capacidade de realização; sem vícios nem mentiras, sem preguiça ou morbidez. Uma vez obtido o grupo ideal, todas as egrégoras geradas ou nas quais você penetre, vão induzi-lo à saúde, ao sucesso, à harmonia e à felicidade.
Os antigos consideravam a egrégora um ser vivo, com força e vontade próprias, geradas a partir dos seus criadores ou alimentadores, porém independente das de cada um deles. Para vencê-la ou modificá-la, seria necessário que todos os genitores ou mantenedores o quisessem e atuassem nesse sentido. Acontece que, como cada um individualmente está sob sua influência, praticamente nunca se consegue superá-la.
Michèle Séguret

O que é uma Egrégora?
Egrégora é umaforma pensamento que é criada por pensamentos e sentimentos, que adquire vida e que é alimentada pelas mentalizações e energias psíquicas. É uma entidade autônoma que se forma pela persistência e intensidade de correntes emocionais e mentais. Pensamentos e sentimentos fracos criam egrégoras mal definidos e de pouca vida ou duração,porém pensamentos e sentimentos fortes criam egrégoras poderosíssimos e de longa duração.

Existem egrégoras positivos que protegem, atraem boas energias e afastam cargas negativas, e egrégoras negativos que fortalecem o mal, canalizam forças negativas e repelem forças positivas. O egrégora pode ser coletivo ou pessoal.

Locais sagrados como Aparecida, Lourdes e Fátima, têm egrégoras poderosíssimos, formados pela fé e mentalizações dos devotos, que acumulam as energias psíquicas dos fiéis, e quando alguém consegue canalizar para si as energias psíquicas acumuladas no egrégora, provoca o conhecido milagre. Esta é a explicação oculta da realização de grande parte dos milagres que acontecem. Os locais possuem egrégoras formados pelas energias psíquicas de seus freqüentadores. 
O egrégora pessoal é formado pelas energias psíquicas da pessoa e principalmente pelos seus pensamentos. Assim, uma pessoa psiquicamente equilibrada e com pensamentos positivos, cria um egrégora positivo. Do mesmo modo, uma pessoa desequilibrada emocionalmente e negativa cria um egrégora negativo.

Nossa alma, nosso psico-mental agregado ao nosso corpo físico, está sujeito a esta mesma lei. Uma alma boa, alegre e positiva atrai mais alegria felicidade e sorte. Uma alma rancorosa, triste e negativa, por outro lado, atrai mais rancor, tristeza, sofrimento e azar. Observe os acontecimentos na vida: desgraça pouca é bobagem, uma desgraça atrai outra desgraça em seguida; uma pessoa negativa só atrai pessoas problemáticas; para quem é realmente positivo tudo dá certo; dinheiro atrai dinheiro; amor atrai amor, quando amamos alguém mais pessoas aparecem atraídas pelo nosso amor; azar atrai mais azar, intrigas mais intrigas, brigas mais brigas, e assim por diante.Nós possuímos dentro de nós o dínamo gerador de todas nossas alegrias e tristezas, a mente. 
A mente é o limite de nossas possibilidades, poderemos ser o que a mente determinar que sejamos. Poderemos ter saúde, alegria, felicidade, sorte e amor, basta usar o poder da mente. Nós somos primeiro o que pensamos ser, e depois o que sentimos e o que agimos na vida. Esta é a chave que abre as portas para uma vida plena de sucessos e evolução. 
Nós somos o que nós pensamos, e um pensamento positivo cria um egrégora positivo, que aliado ao egrégora, atrai forças positivas que ajudam no dia a dia, no aperfeiçoamento pessoal, social e profissional. Gradativamente nosso destino é mudado para melhor pela transformação pessoal, e o que falamos ou desejamos como mérito e direito passa a acontecer, e assim, nossos objetivos são sempre conseguidos. Saúde, emprego, felicidade, equilíbrio, paz, sucesso, amor, entre outros, são objetivos perfeitamente atingíveis, se criarmos um egrégora forte e se nossa mente realmente conduzir o processo com todo o seu potencial.

Prof. Adhemar Ramos

Egrégora

         A literatura esotérica costuma se referir às egrégoras como formas-pensamento, mas essa denominação (mormente dada pela Teosofia)  nem sempre é correta. Egrégoras  são entidades artificialmente criadas.  Mas é preciso explicar que essa criação pode ser de forma inconsciente ou de forma intencional e consciente, e explicarei a diferença entre ambas.
         Dentro do próprio cristianismo atual também acontece o mesmo, especialmente na figura de seu ícone maior que é Jesus Cristo.  Não estamos discutindo se Jesus, o Cristo existiu historicamente. Jesus é uma egrégora de um poder fantástico porque é energia plasmada pela devoção fervorosa de milhões de seguidores durante dois milênios.  Uma egrégora assim tem força para produzir efeitos físicos (normalmente seriam os chamados milagres, mas que na verdade são aplicações de algumas Leis Universais que ainda não foram devidamente compreendidas), tem força para inclusive se tornar visível, daí muitas das ditas aparições. 
Mas existem as egrégoras  criadas de forma intencional e com finalidade definida. Note-se que no caso das egrégoras religiosas foram precisos muitos e muitos anos para que essa energia se plasmasse, porque até então era quase que uma energia errante que foi se "solidificando" aos poucos. 
Fonte: Miguel Mateus

A Visão de Hermes
Isso significa dizer que qualquer aglomerado humano, seja um pequeno grupo de pessoas, uma cidade ou mesmo um país tem sua egrégora, sua sua alma coletiva, como preferimos denominar. A Egrégora pode ser definida como uma energia resultante da união ou da soma de várias energias individuais. Ela é formada pelo afluxo dos desejos e aspirações individuais dos membros daquele grupo. Um exemplo é o amor familiar que gera um fenômeno espiritual que mantém a união da família, cria a empatia entre essas pessoas, etc.

Toda vivenciação transpessoal provinda da egrégora é perturbadora, pois solta em nós uma voz muito mais poderosa que a nossa. Ela fala por meio de símbolos primordiais como se tivesse mil vozes; comove, subjuga elevando o sentimento de fraqueza humana à esfera do contínuo devir, eleva o destino pessoal ao destino da humanidade. Por esta razão é muito importante - bom e suave - que os iniciados vivam em união - em irmandade - pois a convivência fraternal gera e mantém a egrégora forte e saudável, capaz de rejeitar energias negativas e gerar um inefável saber. 
Assim, a egrégora é a alma coletiva evocando um poder invisível, porém eficaz e plenamente sentido pelos integrantes de um corpo de estudo. É um princípio de vida e um misterioso centro energético que se manifesta através da intuição e está à disposição dos verdadeiros iniciado. Captar a egrégora é captar o verdadeiro poder da fraternidade humana e por isso o desejo das sublimes instituições ecléticas e universalistas em ver todos os homens vivendo como irmãos confluenciando para uma só e divina egrégora terrena.

Platão nos deixou além do próprio conteúdo, um ritual, um método para atingirmos a consciência coletiva de uma verdade axiomática, inicialmente buscada, debatida e posteriormente intuída “como luz que acende de uma simples fagulha”. Este o caminho platônico para se atingir as realidades últimas e supremas cantadas pela voz universal!
Em suma:
Palavra de origem grega - egregorin - velar, vigiar. E a formação dos elementos e criações provindas dos pensamentos, palavras e ações e/ou atitudes que todo ser emana junto a outros em diversos ambientes e dimensões do tempo e espaço.
As grandes realizações da humanidade são emanações de sonhos e pensamentos produzidos tempos antes de serem concretizados.

Falanges espirituais, segundo  cada crença

A falange espiritual “diocesana” que opera com a Igreja Católica, possui a missão de transmitir os sacramentos. Para compreendermos melhor esse assunto (sacramento) ao longo do Livro dos Espíritos, voltaremos a abordar o tema. A missão da falange evangélica é ensinar a fé “cega”, a fé perfeita: a entrega total. A missão da falange mulçumana é trazer a informação do “Deus Causa Primária” que é feita através do ensinamento do “Maktub” (tudo já está escrito). A missão da falange espírita foi descrita pelo próprio Kardec: trazer a informação da “vida” depois da “vida” e a relação dela com a carnal. A missão da falange de Krishna é trazer o ensinamento fundamental da “oferenda a Deus”, do “sacrifício a Deus” (sacrificar a sua intencionalidade ao Senhor). A falange do taoísmo (Lao-Tsé) nos trouxe o ensinamento do perfeito equilíbrio, o yang e yung. Já Buda trouxe com sua falange o conhecimento da existência do sofrimento e do caminho para se vencê-lo (Nobre Caminho Óctuplo). Essa é a missão de cada uma das falanges espirituais ou “cadeiras” da faculdade espiritualista. Cada uma delas contribui com um ensinamento para que os espíritos humanizados pudessem cursar a faculdade espiritualista, ou seja, promover a sua reforma íntima.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Batizado dos Ogãs. 19/04/2015. 1 parte.

Mukuiú! Estava devendo essa postagem.

19 de abril de 2015 foi um dia bastante especial para todos os Filhos e Ogãs do terreiro. Foi o dia do lindo batizado, no meio da mata, ao lado de uma queda d'água. Antes de começar a escrever um pouquinho sobre esse dia especial, temos que agradecer a Zambi, aos Orixás, os Guias, ao Pai e a Mãe e ao Wal e a Ana, que abriram as portas de sua casa para todos nós e foram de uma hospitalidade e carinho fora de série. Nossos sinceros agradecimentos.  

O dia em JF começou nublado, mas conforme a manhã foi avançando e fomos chegando na fazenda, o dia clareou totalmente. Chegando na fazenda tivemos que dividir as coisas e a gente nos carros altos afim de alcançar o local do batismo.

                                               Um dos carros na ida. Esse foi aventura!

Depois disso fomos a pé por uma linda trilha até chegar no local.

Na trilha.

O local escolhido não poderia ter sido melhor, bambuzal, mata, vento, água doce... não preciso falar a respeito dessas energias na umbanda. Abaixo uma série de fotos do local, do pessoal e das firmezas.











 Após um delicioso café da manhã estilo "pic nic' oferecido a todos por nossos simpáticos anfitriões, Ana e Wal, na beira da cachoeira e a ambientação de todos ao local, chegou a hora dos Ogãs tomarem seu banho de cachoeira, descartando a roupa velha e colocando a nova (vou pedir ao Pai que escreva a respeito do batizado dos Ogãs com propriedade, pois eu só posso narrar os fatos por não ter cabedal para o assunto, mas é uma simbologia de você estar largando as coisas velhas e que te prendem ao primarismo e estar entrando no novo, novos hábitos, na nova religião), nesse caso o Alaká , começamos batendo para os Orixás representados pela natureza ali presente e para todos os Orixás também, pois tudo está interligado e interagindo junto.
Abaixo fotos desse momento.









Continua...







segunda-feira, 4 de maio de 2015

Iroko ajuda a feiticeira a vingar o filho morto.




"Iroko era um homem bonito e forte
e tinha duas irmãs.
Uma delas era Ajé, a feiticeira,
a outra era Ogboí, que era uma mulher comum.
Ajé era feiticeira, Ogboí, não.
Iroko e suas duas irmãs vieram juntos do Orum
para habitar o Aiê.
Iroko foi morar numa frondosa árvore
e suas irmãs, em casas comuns.
Ogboí teve 10 filhos
e Ajé teve só um, um passarinho.

Um dia, quando Ogboí teve de se ausentar,
deixou os 10 filhos sob a guarda de Ajé.
Ela cuidou bem das crianças até a volta da irmã.
Mais tarde, quando Ajé teve também que viajar,
deixou o filho-pássaro com Ogboí.
Foi então que os filhos de Ogboí pediram a mãe
que queriam comer um passarinho.
Ela lhes ofereceu uma galinha,
mas eles, de olhos no primo, recusaram.
Gritavam de fome, queriam comer,
mas tinha que ser um pássaro.
A mãe foi então na floresta caçar passarinhos,
que seus filhos insistiam em comer.
Na ausência da mãe, os filhos de Ogboí mataram,
cozinharam e comeram o filho de Ajé.
Quando Ajé voltou e se deu conta da tragédia,
partiu desesperada a procura de Iroko.
Iroko a recebeu em sua árvore, onde mora até hoje.
E de lá, Iroko vingou Ajé,
lançando golpes sobre os filhos de Ogboí.
Desesperada com a perda de metade de seus filhos
e para evitar a morte dos demais,
Ogboí ofereceu sacrifícios para o irmão Iroko.
Deu-lhe um cabrito e outras coisas
e mais um cabrito para Exu.
Iroko aceitou o sacrifício e poupou os demais filhos.
Ogboí é a mãe de todas as mulheres comuns,
mulheres que não são feiticeiras,
mulheres que sempre perdem filhos
para aplacar a cólera de Ajé e de suas filhas feiticeiras.
Iroko mora na Gameleira-Branca
e trata de oferecer a sua justiça
na disputa entre as feiticeiras e as mulheres comuns".

Osamaro Ibie, 1993, vol. 3, pp. 29-30.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Scientific American Brasil - Etnomatemática

Mukuiú! Dando uma olhada nessa Revista sobre Etnomatemática, me dei conta de como o continente de onde veio nossa religião é cultural e científico ao mesmo tempo. Simplesmente eles já sabiam a matemática há 20.000 anos atrás, vale conferir a matéria. É só acessar o link e ler, ou se cadastrar e baixar para o computador.

http://pt.slideshare.net/desisoll/revista-cientfica-etnomatemtica

Em breve mais atualizações sobre a obra e o batizado dos Ogãs.


sexta-feira, 17 de abril de 2015

Ossaim recusa-se a cortar as ervas miraculosas

Mais do Mitologia dos Orixás do Reginaldo Prandi.


"Ossaim era o nome de um escravo que foi vendido a Orunmilá.
Um dia ele foi a floresta e lá conheceu Aroni,
que sabia tudo sobre as plantas.
Aroni, o gnomo de uma perna só, ficou amigo de Ossaim
e ensinou-lhe todo o segredo das ervas.
Um dia, Orunmilá, desejoso de fazer uma grande plantação,
ordenou a Ossaim
que roçasse o mato de suas terras.
Diante de uma planta que curava dores,
Ossaim exclamava:
"Esta não pode ser cortada, é a erva que cura as dores".
Diante de uma planta que curava hemorragias, dizia:
"Esta estanca o sangue, não pode ser cortada".
Em frente de uma planta que curava febre, dizia:
"Esta também não, porque refresca o corpo".
E assim por diante.
Orunmilá, que era um babalaô muito procurado por doentes,
interessou-se então pelo poder curativo das plantas
e ordenou que Ossaim ficasse junto dele nos momentos de consulta
que o ajudasse a curar os enfermos com o uso das ervas miraculosas.
E assim Ossaim ajudava Orunmilá a receitar
e acabou sendo conhecido como o grande médico que é".

Bernard Maupoil, 1943, p. 176; Pierre Verger, 1957, p. 229 (1999, p. 228); William Bascom, 1980, p. 531; Ulli Beier, 1980, pp. 54-5; Verger, 1980, p. 290; Verger, 1981 (a), p. 123; José Flávio Pessoa de Barros, 1989, p.25.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Oxóssi aprende com Ogum a arte da caça.

Mukuiú! Mas uma do "Mitologia dos Orixás" Do Reginaldo Prandi.


"Oxóssi é irmão de Ogum.
Ogum tem pelo irmão um afeto especial.
Um dia em que voltava da batalha,
Ogum encontrou o irmão temeroso e sem reação,
cercado de inimigos que já tinham destruído quase toda a aldeia
e que estavam prestes a atingir sua família e tomar suas terras.
Ogum vinha cansado de outra guerra,
mas ficou irado e sedento de vingança.
Procurou dentro de si mais forças para continuar lutando
e partiu na direção dos inimigos.
Com sua espada de ferro pelejou até o amanhecer.

Quando por fim venceu os invasores,
sentou-se com o irmão e o tranquilizou com a sua proteção.
Sempre que houvesse necessidade
ele iria até seu encontro para auxiliá-lo.
Ogum então ensinou Oxóssi a caçar,
e abrir caminhos pela floresta e matas cerradas.
Oxóssi aprendeu com o irmão a nobre arte da caça,
sem a qual a vida é muito mais difícil.
Ogum ensinou a Oxóssi a defender-se a si próprio
e ensinou a Oxóssi a cuidar de sua gente.
Agora Ogum podia voltar tranquilo para a guerra.
Ogum fez de Oxóssi provedor.
Oxóssi é irmão de Ogum. 
Ogum é grande guerreiro.
Oxóssi é grande caçador.

Rita de Cássia Amaral, pesquisa de campo, São Paulo, 1986.

terça-feira, 31 de março de 2015

Ogum dá aos homens o segredo do ferro.

Mukuiú à todos! Pensei em colocar um mito por semana, mas não resisti devido a ser muito interessante o livro Mitologia dos Orixás, do Reginaldo Prandi. Espero que todos, em especial os filhos de Ogum, apreciem.



"Na Terra criada por Obatalá, em Ifé,
os Orixás e os seres humanos trabalhavam e viviam em igualdade.
Todos caçavam e plantavam usando frágeis instrumentos
feitos de madeira, pedra ou metal mole.
Por isso o trabalho exigia grande esforço.
Com o aumento da população de Ifé, a comida andava escassa.
Era necessário plantar uma área maior.
Os Orixás então se reuniram para decidir como fariam
para remover as árvores do terreno e aumentar a área de lavoura.
Ossaim, o Orixá da medicina, dispôs-se a ir primeiro
e limpar o terreno.
Mas seu facão era de metal mole e ele não foi bem-sucedido.
Do mesmo modo que Ossaim,
todos os outros Orixás tentaram,
um por um, e fracassaram
na tarefa de limpar o terreno para o plantio.
Ogum, que conhecia o segredo do ferro, não tinha dito nada até então.
Quando todos os outros Orixás tinhas fracassado,
Ogum pegou seu facão, de ferro, foi até a mata e limpou o terreno.
Os Orixás, admirados, perguntaram a Ogum de que material
era feito tão resistente facão.
Ogum respondeu que era ferro,
um segredo recebido de Orunmilá.
Os Orixás invejavam Ogum pelos benefícios que o ferro trazia,
não só a agricultura, como a caça e até mesmo à guerra.
Por muito tempo os Orixá importunaram Ogum
para saber do segredo do ferro,
mas ele mantinha o segredo só para si.
Os Orixás decidiram então oferecer-lhe o reinado
em troca de que ele os ensinasse
tudo sobre aquele metal resistente.
Ogum aceitou a proposta.
Os humanos também vieram a Ogum
pedir-lhe o conhecimento do ferro.
E Ogum lhes deu o conhecimento da forja,
até o dia em que todo caçador e todo guerreiro
tiveram sua lança de ferro.
Mas, apesar de Ogum ter aceitado o comando dos Orixás,
antes de mais nada ele era um caçador.
Certa ocasião, saiu para caçar e passou muitos dias fora
numa difícil temporada.
Quando voltou da mata estava sujo e maltrapilho.
Os Orixás não gostaram de ver seu líder naquele estado.
Eles o desprezaram e decidiram destituí-lo do reinado.
Ogum se decepcionou com os Orixás,
pois, quando precisaram dele para o segredo da forja,
eles o fizeram rei
e agora diziam que não era digno de governá-los.
Então Ogum banhou-se,
vestiu-se com folhas de palmeira desfiadas,
pegou suas armas e partiu.
Num lugar distante chamado Irê, construiu uma casa
embaixo da árvore de acocô e lá permaneceu.
Os humanos que receberam de Ogum o segredo do ferro
não o esqueceram.
Todo mês de dezembro, celebram a festa de Iudê-Ogum.
Caçadores, guerreiros, ferreiros e muitos outros
fazem sacrifícios em memória de Ogum.
Ogum é o senhor do ferro para sempre".

Harold Courlander, 1973, pp. 33-7; fragmento em Jan Knappert, 1995, p. 185.


segunda-feira, 30 de março de 2015

Exu come tudo e ganha o privilégio de comer primeiro.

Mukuiú! Estou lendo um livro interessantíssimo emprestado pelo Pai que chama-se "Mitologia dos Orixás" do Reginaldo Prandi e achei legal colocar aqui algumas histórias que nos dão uma ideia de como tudo começou através da Mitologia. Vou tentar, na medida do possível, a cada semana postar uma história.


"Exu era o filho caçula de Iemanjá e Orunmilá,
irmão de Ogum, Xangô e Oxóssi.
Exu comia de tudo
e sua fome era incontrolável.
Comeu todos os animais da aldeia em que vivia.
Comeu os de 4 pés e comeu os de pena.
Comeu os cereais, as frutas, os inhames, as pimentas.
Bebeu toda a cerveja, toda a aguardente, todo o vinho.
Ingeriu todo azeite-de-dendê e todos os obis.
Quanto mais comia, mais fome Exu sentia.
Primeiro comeu tudo de que mais gostava,
depois começou a devorar as árvores,
os pastos, e já começava a engolir o mar.
Furioso, Orunmilá compreendeu que Exu não pararia
e acabaria por comer até mesmo o Céu.
Orunmilá pediu a Ogum
que detivesse o irmão a todo custo.
Para preservar a Terra, e os seres humanos e os próprios Orixás,
Ogum teve que matar o próprio irmão.

A morte, entretanto, não aplacou a fome de Exu.
Mesmo depois de morto,
podia-se sentir sua presença devoradora,
sua fome sem tamanho.
Os pastos, os mares, os poucos animais que restavam,
todas as colheitas, até os peixes iam sendo consumidos.
Os homens não tinham mais o que comer
e todos os habitantes da aldeia adoeceram
e de fome, um a um, foram morrendo.
Um sacerdote da aldeia consultou o oráculo de Ifá
e alertou Orunmilá quanto ao maior dos riscos:
Exu, mesmo em espírito, estava pedindo sua atenção.
Era preciso aplacar a fome de Exu.
Exu queria comer.
Orunmilá obedeceu ao oráculo e ordenou:
"Doravante, para que Exu não provoque mais catástrofes,
sempre que fizerem oferendas aos Orixás
deverão em primeiro lugar servir comida a ele".
Para haver paz e tranquilidade entre os homens,
é preciso dar de comer a Exu,
em primeiro lugar".

Conto extraído por Rita de Cássia Amaral, pesquisa de campo, São Paulo, 1986. Em todas as cerimônias do candomblé, Exu é sempre o primeiro a receber homenagens e sacrifícios. Outros mitos também tratam dessa prerrogativa de Exu.

Obras no Terreiro 4 parte

Mukuiú, irmãos. Vim aqui atualizar o andamento das obras. Já conseguimos fechar as paredes, o telhado (falta um pouquinho) e dar uma arrumada no Terreiro. Com isso já estamos com nossas giras normais as segundas à partir das 19h. Lembramos que as obras ainda não terminaram e quem quiser e puder fazer doação de qualquer valor ou doar material de obra (cimento, filito, etc) falar com o nosso Presidente Renato ou nosso Tesoureiro João Paulo lá no Terreiro. Em breve colocaremos aqui a conta do Terreiro para doações.






sábado, 21 de março de 2015

Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas

Pessoal, à pedido do Pai coloco o texto para reflexão de todos. Foi extraído do livro Tradução do Novo Mundo das escrituras sagradas e acompanha o mapa abaixo. Atentem para “Terras Bíblicas Antes de Nossa Era Comum”. Mukuiú!!!



PREFÁCIO

“É um assunto de muita responsabilidade traduzir as Escrituras Sagradas dos idiomas originais, hebraico, aramaico e grego, para um idioma moderno. A tradução das Escrituras Sagradas significa verter em outro idioma os pensamentos e as declarações do Autor Celestial, Jeová Deus, desta biblioteca sagrada de 66 livros, escritos sob inspiração por homens santos da antiguidade para nosso benefício na atualidade.

Isto induz a reflexões sóbrias. Os tradutores que amam e temem o Autor divino das Escrituras Sagradas sentem de modo especial a responsabilidade para com Ele, no sentido de transmitir Seus pensamentos e Suas declarações do modo mais exato possível. Sentem também a responsabilidade para com os pesquisadores leitores da tradução moderna, que dependem da Palavrava inpirada do Deus Altíssimo para a sua salvação eterna.

Foi com tal senso de responsabilidade solene que uma comissão de homens dedicados produziu a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, em inglês, durante um período de vários anos. Assim que cada parte da tradução ficou pronta para publicação, foi entregue aos editores para ser impressa, constituindo ao todo 6 volumes. A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Gregas Cristãs, contendo os 27 livros desde Mateus até Revelação, foi publicada em inglês pela primeira vez em 1950. Publicaram´se então sucessivamente, em inglês, os volumes da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Hebraico-Aramaicas, cujo primeiro volume saiu em 1953, o segundo em 1955, o terceiro em 1957, o quarto em 1958 e o quinto em 1960.

Desde o início do trabalho foi desejo dos tradutores que todos esses volumes então programados fossem finalmente reunidos em um único livro, visto que as Escrituras Sagradas são, de fato, um único livro do Único Autor. Com este objetivo, assim que se publicou o volume final da série, em 1960, a comissão se empenhou de conservar a tradução inteira para um só volume. A comissão pôde assim examinar a tradução como um todo e ver onde podiam se fazer melhorias.
Houve empenho em produzir ainda maior coerência na tradução das partes relacionadas das Escrituras Sagradas, tal como harmonizar o texto das citações feitas nas Escrituras Gregas Cristãs com o texto hebraico original. Uma vez que a edição das Escrituras Sagradas em um só volume não havia de ter notas ao pé da página, muitas das variantes apresentadas nessas notas, publicadas na tradução original em 6 volumes separados, foram incorporadas ao próprio texto da edição em um só volume. Isso não significava a rejeição da versão anterior assim substituída. Antes, tinha por objetivo obter maior conformidade ao texto literal nas línguas originais. Todo esse processo resultou em revisões no texto principal da tradução.

A edição em um só volume, agora completa, em inglês, pode assim ser chamada corretamente de edição revista da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas em inglês. Ao fazermos a sua entrega para publicação, fazemo-lo com um profundo sentimento de gratidão ao Autor Divino das Escrituras Sagradas, que nos concedeu este privilégio e em cujo espírito confiamos no sentido de cooperar conosco nesta obra digna. Esperamos que a Sua benção esteja sobre a tradução publicada, beneficiando todos que as lêem e usam para aprender Sua santa vontade.”

New World Bible Translation Commitee.
17 de Janeiro de 1961, New York, NY.
Primeira revisão em 1977; segunda revisão em 1983.

domingo, 15 de março de 2015

A Cromoterapia na Umbanda.


A utilização da cor em qualquer religião, ou melhor, em qualquer processo mágico remonta aos tempos mais antigos. A luz é uma vibração energética, da mesma forma que as vibrações mais sutis empregadas na Magia. È perfeitamente sabido da utilização das cores nas mais diversas áreas do conhecimento.
Hoje em dia, o processo de planejamento de hospitais, como foi o caso do Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da tijuca, obedece às técnicas de cromoterapia.
Desde a mais remota Antiguidade, o ser humano vem fazendo uso da cor com as mais diferentes aplicações. Recentemente, uma grande pesquisadora sueca, desenvolveu uma técnica de harmonização baseada na aplicação das cores com o nome de aura-soma.

Os egípcios da Antiguidade, povo de origem da nossa querida Umbanda, sabiam perfeitamente utilizar as cores nos seus diversos rituais. Por exemplo, quando um sacerdote fazia uso de cores nos seus lábios ou nos seus olhos, o fazia dentro de uma rígida técnica cromoterápica. Quando embalsamavam seus mortos utilizavam, também, as cores adequadas ao ritual.
Assim, foi se difundindo todo o estudo desta grande ciência, que aliada ao uso da radiestesia, ou seja, o pêndulo nos ajuda tanto na realização de nossos rituais.

As Cores na Umbanda.

Fazendo agora um, paralelo entre a Cromoterapia e a Umbanda, iremos verificar um perfeito casamento entre a religião e a ciência (sim, a Cromoterapia está fundamentada em conceitos científicos).
Iremos verificar que a exuberância de cores nos rituais Umbandistas tem seus fundamentos no estudo da Cromoterapia.
A seguir, farei uma abordagem de cada Orixá, sua cor e seu significado. Antes, porém cabe-nos lembrar que o Orixá é uma vibração, da mesma forma que a luz. Quando utilizo as cores de um dado Orixá para um trabalho de Magia, é como se estivesse utilizando das mesmas vibrações coloridas da luz para a mesma finalidade.

Oxalá
Iniciando por Oxalá, Orixá da Paz, da Harmonia e do Amor. Suas cores são o branco e o dourado. O branco representando muito bem a paz evocada por este Orixá e o dourado a vibração luminosa que faz a conexão perfeita com a Divindade. Que outro Orixá não traduz melhor esta conexão divina?

Omulu
O preto e o amarelo. O preto simboliza o retorno. É Omulu que faz este retorno através do mundo dos mortos. O amarelo é a mente. Poder mental que unido a este retorno, realiza todas as mudanças necessárias à nossa vida. Omulu é o grande Senhor da Transformação, daí muitas vezes, sua representação estar calcada nas cores roxo e amarelo. O roxo é a maior vibração de transmutação que pode ser sentida. Omulu transmuta todas as nossas dores em alegria, a doença e saúde.

Yemanjá
No azul temos a mais perfeita tradução das deusas femininas. Yemanjá é o símbolo maior da força feminina. Todas as grandes deusas ostentam a cor azul, uma vez que esta cor é considerada a mais feminina de todas as cores. O azul, que da mesma forma que a mãe, acalanta e aconchega. No branco, a Paz. Assim, se faz a união perfeita da Paz com o Amor da grande Mãe, resultando na fertilidade evocada por este grande Orixá.

Nanã
A senhora da transcendência espiritual e das transformações está muito bem expressa no roxo e no lilás, suas cores. Nanã faz a ligação com os diversos planos da espiritualidade, da mesma forma que o lilás. Enquanto isso, o roxo irá transmutar todas as dores e preconceitos para que a mente, liberada, vislumbre estes diversos Planos.

Ossanhe
A cor rosa da Harmonia com o verde da cura, Ossayn se traduz na Senhora das ervas e das curas. É necessária a Harmonia para que se encontrem os meios de se buscar a cura de todos os males.

Oxossi
No verde a cura e o despertar do outro, o despertar de entender que não estamos sós, fazemos parte de uma grande nação chamada Humanidade. Com o vermelho da coragem, a união perfeita para se alcançar, não só a cura de nossos males, mas também a purificação de nossos corpos quando o branco entra e, pela Paz e Harmonia, realiza a grande Magia alquímica de nossa ligação com os mais altos planos a espiritualidade.

Ogum
È o grande guerreiro universal. È o vencedor de todas as nossas demandas internas e externas. È aquele que abre todos os caminhos para que nossa missão se realize. O vermelho lhe cai perfeitamente, principalmente , quando se une ao branco da Paz, mostrando que suas batalhas não trazem tristezas, mas são coroadas pela vitória de todos os seres humanos.

Oxum
A Senhora do Ouro, como por muitos é conhecida, está muito bem representada pela cor dourada. O dourado da mente que não necessita da força bruta para se afirmar. Oxum é a grande senhora que nos mostra a necessidade de depormos nossas armas, sejam elas revólveres ou posturas e abrirmos nossa mente ao novo. Com o azul índigo representando o poder do querer da vontade férrea, Oxum simboliza com as suas cores a realização de um mundo melhor.

Yansã
Sem a energia do coral nada poderia acontecer. È esta vibração luminosa que nos dá a coragem e a determinação para enfrentarmos as mais difíceis situações em nossas vidas. O coral faz com que qualquer energia possa subir qual um chafariz, e transbordar em luz para todos, Quando se junta ao amarelo, Yansã sabe o momento para a tomada de decisões.

Xangô
O marrom da terra traduz perfeitamente esta energia tão mágica que nos dá a sustentação para o resgate de todas as nossas dívidas. Xangô é o grande sábio que traz a Justiça Divina. Junto com o amarelo, harmoniza esta mesma Justiça.
Agora poderemos falar um pouco sobre as falanges:

Exú e Pomba - Gira
Nas cores vermelho e preto, suas cores básicas, encontramos a melhor tradução para estes seres tão queridos e de tanta luz da nossa querida Umbanda. O preto é o símbolo maior do grau mais elevado que alguém pode alcançar no seu processo iniciatório. O vermelho é o símbolo da vida, da força e da energia. Vermelho e preto, juntos, formam a grande união entre a vida na matéria e o processo religioso, ou seja a união, na matéria, do entendimento da verdadeira vida que nossos olhos não enxergam.

Crianças
Conhecidos como Povo Cor de Rosa, sua cor básica. É pura alegria, Amor e Harmonia. Ora, que outros atributos não estariam mais bem representados por esta cor?

Texto retirado da comunidade do Facebook "Alma de Umbanda".

quarta-feira, 11 de março de 2015

Um appatakí* sobre Iroko e Ara-Kolé



Nos princípios do mundo, o céu e a terra tiveram uma discussão. A terra argumentava que era mais velha e poderosa que seu irmão, o céu.  “Eu sou a base de tudo, sem mim o céu se desmoronaria, porque não teria nenhum apoio. Tudo seria fumaça. Eu crio todas as coisas vivas, as alimento e as mantenho.  Sou a dona de tudo. Tudo se origina em mim, e tudo volta a mim. Meu poder não conhece limites.” E seguia repetindo: “Sou sólida, sou sólida. O céu é vazio, não tem corpo. Como podem suas posses ser comparadas com as minhas? Que tem ele, mais que suas nuvens, sua fumaça e sua luz? Valho mais que ele. Ele deveria reverenciar-me”. Obá Olórun não respondeu, mas fez um sinal ao céu para que se afastasse, severo e ameaçador. “Aprende tua lição”, disse o céu enquanto se afastava, “teu castigo será tão grande como teu arrogante orgulho.”  Iroko, a sumaúma, preocupada, começou a meditar em meio ao grande silêncio que se seguiu ao afastamento do céu,  porque Iroko tinha suas raízes fincadas nas entranhas da terra, enquanto seus galhos se estendiam no profundo da intimidade do céu. O sensível coração de Iroko estremeceu de medo ao compreender que a grande harmonia que havia existido desapareceria e que as criaturas terrestres sofreriam terríveis desgraças. Até esse momento o céu havia regulado as estações com terno cuidado, de maneira que o calor e o frio tivessem efeitos benévolos nas criaturas que povoavam a terra. Nem as trovoadas, nem as secas haviam castigado a terra. A vida era feliz e a morte vinha sem dor. As enfermidades e as tragédias eram desconhecidas. A morte era pura, pois não existiam as epidemias. O homem desfrutava de uma longa vida, e a velhice não trazia impedimentos físicos, apenas um desejo de imobilidade, e o silêncio se movia vagarosamente através das veias, buscando deliciosamente sua meta: o coração.  Suavemente os olhos se fechavam, vagarosamente chegava uma escuridão; a morte trazia a felicidade infinita. O fim era um belo ocaso. A bondade pertencia a este mundo e uma pessoa moribunda podia sorrir ao pensar no grande banquete que seu corpo formoso e são ofereceria aos incontáveis vermes que o devorariam. A imaginar carinhosamente o muito que se divertiriam os pássaros ao tirar-lhes seus brilhantes olhos convertidos em sementes. Em seu sonhos, os animais, fraternalmente, pastariam de seus cabelos quando estes se misturassem com o capim tenro e nutritivo, e seus filhos e irmãos comeriam os suculentos tubérculos que foram alimentados por seus próprios ossos e por sua carne. Ninguém pensava em causar danos a ninguém. A natureza ainda não havia dado mau exemplo. Não existiam bruxas malvadas nem plantas venenosas. Ninguém tinha de controlar o poder das forças maléficas que surgiram depois da dor e da miséria.  Tudo pertencia a todos e ninguém tinha de governar, conquistar, nem reclamar posses. O coração humano era puro. O céu e a terra estavam unidos, e o céu ainda não havia enviado seu raio destruidor. Nunca as forças celestiais haviam enviado seu raio para destruir bosques, nem um sol impiedoso havia castigado a terra. O mar era uma calma infinita e nenhum vento furioso se originava nele. Ninguém se sentia intimidado pelo mar. O rato era o melhor amigo do gato, e o veneno dos escorpiões era uma gota de mel. Qualquer monstro tinha uma alma boa e cândida, e a hiena e a pomba tinham a mesma alma.
A feiúra veio, mais tarde, quando chegou o tempo dos sofrimentos. Isso fez Iroko chorar, ele, a árvore mais amada por ambos, o céu e a terra.  Invadiu-o um luto profundo pelo que se perdia. Então a sumaúma produziu suas brancas flores e espalhou sua dor sobre toda a terra. Esta tristeza, que viajou com o vento, penetrou no homem, nos animais e em tudo quanto vivia. Uma tristeza nunca antes sentida encheu todas as almas, Quando, ao extinguir-se a tarde, se ouviu o grito profundo e desconcertante da coruja, foi um novo lamento no silêncio de um ocaso diferente. Iroko estendeu seus braços num gesto de proteção. Essa noite foi uma noite diferente. Uma noite desconhecida, na qual a angústia e o medo fizeram sua aparição na terra, penetrando os sonhos, gerando a Iyondó, dando novas formas e garras características e cruéis à escuridão. No dia seguinte, homem, animal e todas as criaturas vivas se perguntavam assombradas, sem poder dar-se ainda uma resposta, por que ainda não existiam palavras para expressar a confusão e ansiedade. As vozes que se ouviam eram absurdas e ameaçadoras e penetravam no ar e na queda das águas. Um dia inesperado nasceu cheio de trabalhos. O sol começou a devorar a vida. A sumaúma dizia a todas as criaturas que buscavam refúgio sob seus ramos: “Vamos rogar por nossa mãe, a terra, que ofendeu ao céu”. Mas ninguém entendia Iroko, porque ninguém conhecia o significado da palavra ofender.  Lentamente, a terra estava secando. O sol obedecia às ordens de não queimar com seu calor e luz excessivos, mas de ir esgotando as águas pouco a pouco. Naquele tempo, as águas eram todas doces e potáveis, inofensivas, claras, mansas, cheias de virtudes e, como suas gigantescas bocas estavam abertas para o sol, subiram para o céu e foram sustentadas no ar. A terra sentia em suas entranhas os efeitos da fúria de seu irmão, o céu. Sofria terrivelmente de sede.  E, finalmente, lhe implorou em voz baixa: “Irmão, minhas entranhas estão secando, manda-me um pouquinho de água”.  E o céu, longe de aliviar a sede atroz de sua irmã, a encheu de um fogo branco e soprou seu corpo ardente com um vento quente, que, açoitando-a selvagemente, tornava ainda mais aguda a dor das queimaduras. As criaturas da terra sofriam junto com ela o terrível tormento do fogo, da sede e da fome. Porém o martírio de seus filhos era, para a terra, mais cruel do que seu próprio sofrimento.  Submissa, pedia perdão ao céu por seus filhos inocentes, pela erva esturricada e pelas árvores moribundas. O sofrimento fazia com que se perdessem as recordações da felicidade passada. A dor exauria as criaturas até que a última memória da felicidade, antes existente, fosse esquecida. Toda felicidade, agora, era remota e inacreditável. Começaram as maldições. A feiúra entrou no mundo.  Foi então que nasceram todas as desgraças. As palavras se converteram em instrumento de maldade. A paz daqueles que morreram foi perturbada; e aqueles que morriam não podiam descansar na bela paz da noite, cuja doçura era duradoura.  “Perdoa-me”, implorava a terra. Mas o céu, inclemente, guardou suas águas. Tudo era pó inerte, quase todos os animais haviam morrido. Homens como esqueletos, sem água nem alimentos para manter-se, continuavam a tarefa de cavar o martirizado corpo da terra em busca de água e de forças para devorar os que jaziam impotentes sobre as rochas nuas.  Toda a vegetação havia desaparecido  e somente uma árvore, em todo aquele mundo árido, com sua gigantesca copa, permaneceu verde e saudável. Era Iroko, que desde tempos imemoriais havia reverenciado o céu. À sumaúma dirigiam-se os mortos em busca de refúgio. Os espíritos de Iroko falavam com o céu constantemente, tratando de salvar a terra e suas criaturas. Iroko era o filho predileto da terra e do céu.  Seus poderosos galhos acolhiam os que buscavam sua sombra e seu refúgio, sendo capaz de resistir ao castigo Olórun.  Iroko dava instruções aos que podiam penetrar no segredo que estava em sua raízes.  Estes conheceram a grandeza da ofensa e então se humilharam e se purificaram aos pés da sumaúma, fazendo súplicas e sacrifícios. Assim, a erva miúda que havia a seu redor, os animais quadrúpedes, os pássaros e os homens que ainda restavam vivos e se tinham tomando clarividentes realizaram o primeiro sacrifício em nome da terra.

Como o céu havia se afastado, escolheu-se a cigarrinha como mensageira para levar a oferenda ao céu. A cigarrinha era o mais leve de todos os pássaros e provavelmente poderia alcançar as grandes alturas do céu. A cigarrinha levantou vôo, mas não pôde chegar a seu destino. Na metade do caminho caiu vítima da fadiga. Então o papa-mosca foi escolhido por sua audácia e constância, mas não teve melhor sorte. Outros pássaros foram enviados, mas suas asas quebravam-se ou seus corações falhavam ao atingir certa altura, e se precipitavam de volta à terra. Então o pássaro Ara-Kolé disse: “Vou levar as súplicas ao céu e estou certo de que só eu poderei chegar à outra margem”. Todos olharam com grande desprezo esse pássaro repulsivo, sombrio e horroroso que falava em tais termos. Nesse momento, o intrépido animal, que era um grande voador, partiu com as oferendas para o céu e logo perdeu-se de vista. Entretanto, o rápido pássaro também caiu e a terra pareceu ter perdido sua última esperança.  Todos começaram a perguntar-se se aquele pássaro bobo e pesado, tão feio, que se alimentava devorando cadáveres, seria capaz de levar a cabo sua missão. Aquele animal pestífero e feio era sua última esperança. Assim Ara-Kolé partiu de novo, levando consigo a última súplica da terra que, sem muita confiança nessa missão, pensava que sua causa estava perdida. Mas Ara-Kolé voou incansavelmente e com serenidade durante dias e noites, até o outro lado do céu.  Passou à margem e voou ainda mais longe, depositando as oferendas, e fazendo com que as palavras da terra fossem ouvidas. Dizia:  “Céu, a terra me enviou para implorar tua clemência. Os filhos e as criaturas da terra te pedem perdão. São teus servos e desde o mais profundo de seus corações imploram misericórdia.  Senhor, a terra está morrendo lá embaixo. Galinhas, galos, pombas, ovelhas, cachorros, gatos, todos nós estamos morrendo. Perdoa-nos, pedimos-te de coração”. Depois que ouviu esta súplica, o céu voltou seus olhos para a terra. Fazia muito tempo que o céu não lançava nenhum olhar para a terra. Então a viu na nudez de sua morte. Vendo que agora o reverenciavam devotamente e com fervor, aceitou as oferendas da terra. “Perdôo a terra”, disse o céu à Ara-Kolé. Nesse momento, as criaturas da terra viram como as nuvens se enchiam desde os quatro cantos do céu, e ouviram o coaxar das rãs líquidas que vinham nas nuvens ou que ressuscitavam do pó morto. Ruidosamente, as águas começaram a precipitar-se desde o abismo em que haviam sido contidas, e desceram em grandes borbotões até chegar à terra. Ara-Kolé voou dia e noite pelo espaço, fugindo do dilúvio que ameaçava afogá-lo. Quase o alcança quando, indomavelmente, as águas se derramaram sobre a terra formando um grande lago. Graças a Iroko, as criaturas se salvaram do dilúvio. A terra bebeu água e saciou a sua sede, gerou, cobriu sua nudez com novo verdor, dando graças ao céu. Entretanto, nunca a terra voltou a conhecer os dias felizes do começo. O céu nunca mais prestou muita atenção, cuidado ou afeto à terra, que agora lhe era indiferente. E todo mundo sabe como tem sido a vida desde aquele dia.

* = é o termo que se usa em Cuba, entre os iorubás, para designar os mitos

Texto retirado de:http://ciberteologia.paulinas.org.br/ciberteologia/wp-content/uploads/2009/05/irokoeara-kole.pdf

segunda-feira, 9 de março de 2015

Peregun.

Mukuiú à todos! Em uma conversa com Pai Edivino, ele nos incitou a procurar saber mais a respeito da planta PEREGUN. Bom depois de um apanhado na internet, fiz um resumo do todo, que vai abaixo para que todos possam se beneficiar da "dica". Imagino que ela tenha muito em comum com Iroko (Gameleira Branca) e pedirei ao Pai Edivino que nos faça um resumo com essa correlação.

Peregun.

PEREGUN

Diz-se ser "O Rei que desperta as divindades na Terra". Seu nome é Yorubá e significa: "chamar (invocar) espíritos. Onde "PE" = Chamar e "EGUN" = Espírito, Ancestral.

É considerada uma árvore sagrada, uma "divindade", e é costume vê-la plantada em terreiros, lugares sagrados para os Orixás e junto ou próxima de seus assentamentos.

Pelo nome da árvora já temos uma pista a respeito de sua finalidade, a de chamar (invocar) espíritos. O povo ancestral Yorubá acabou fazendo um trocadilho, que se Peregun pode chamar espíritos, então também pode chamar a riqueza.

Em Osogbo, existem muitos Pereguns próximos ao assentamento de Oxum, que tem Peregun como árvore sagrada dentro de seu culto e suas folhas são essenciais ao mesmo.

Árvore Africana que difundiu-se no Brasil na época infeliz do tráfico de escravos.

Muito popular nas casas de Candomblé (também nas de Umbanda), tendo uma utilização bastante variada, sendo indispensável na composição do banho litúrgico do candomblé (Àgbo), banhos de defesa, sacudimentos, medicinal, magias, etc. É uma árvore que possui a regência de vários Orixás, entre eles: Exú, Ossaim, Ogum, Oxóssi, Obaluaê e, principalmente, Oxum.

É uma folha de excitação (gún), masculina e ligada ao elemento terra. Sua ligação com Oxum se dá pelo fato dessa planta, em seu caule, conseguir armazenar grande quantidade de água, não sendo a toa um de seus nomes populares no Brasil ser PAU D'água.

Diz-se, muitas medicinas são realizadas com Peregun, tanto para chamar e obter sorte, riqueza, etc, quanto para agradar as feiticeiras.

Como folha de excitação (gún), tem o poder de despertar o transe, por isso ser a primeira das folhas a serem utilizadas no banho de iniciação.

Na África, os assentamentos de Oxum, muitas vezes, são colocados na copa da árvore, no Brasil isso acontece com Ogum. É, também, muito utilizado como cerca viva em torno do assentamento de Ogum, além de ter grande utilização nos banhos de sacramento dos objetos litúrgicos de Ogum, Oxóssi e Ossaim.

Lenda de Peregun.

Ifá dissera, quando Pèrègún o procurava pela sorte: “Pèrègún, se você quiser ter sorte, deverá ajudar a humanidade, fazendo um pacto com as Ajé (Yiámi Osorongá), para sempre ter e poder emanar a sorte, para quem lhe procurar por ajuda.
Foi então que Pèrègún fez um pacto com Aje antes de vir ao mundo, mas não tinha quem o pudesse levar para Àiyé (Mundo material, Terra).
Novamente foi a Ifá, e este dissera: “Pèrègún se você quiser realizar o seu trabalho em Àiyé procure por “Ògún”, pois ele sempre está indo para Àiyé.
Pèrègún procurou por “Ògún”, mas Ogún só levaria Pèrègún, se ele dividisse a sua sorte com Ogún.
Foi então que Pèrègún aceitou o pacto, e por essa razão “Ògún” lhe dissera: “Vou dizer a toda humanidade, que Pèrègún emana a sorte, e quem com ele ficar será agraciado com a mesma”.
Desde então Pèrègún então foi conhecido, e muito procurado por todos em Àiyé.

“Peregun”, a sorte de nossos opositores ficam a nosso favor.